Republicando...
Ela sonha com sua liberdade.
Esta liberdade de fazer exatamente tudo que tiver
vontade.
Não como quer, mas como deve...
Ah, poder voar como pássaros nas alturas, apenas
o céu como limite.
Alçar voo, conhecer outros quintais...
Ser livre como o rio que corre tranquilo, manso ou
mesmo furioso.
Mas sempre independente. Traçando seu próprio
percurso.
Poder decidir por si só, em tudo que a vida
proporciona..
Abraçar, rir, cantar, rodear-se de amigos.
Mas arroubos de coragem acontecem uma só vez na
vida.
E uma oportunidade desprezada é fruto que não
vingou.
É flecha atirada que não atingiu o alvo.
Uma oportunidade não bate duas vezes na mesma
porta.
Ah, se ela pudesse voltar atrás..
Mas o medo a paralisou.
E uma vez lá fora a caminho da liberdade,
sentiu-se perdida.
Como o pássaro no cativeiro,
Abre-se a porta da gaiola ...
E ele não sabe o que fazer com a imensidão do
horizonte à sua frente.
Corre o risco de cair em mãos do predador.
Hoje tem consciência de sua prisão.
Mas insiste em se manter prisioneira.
Já não encontra forças nem coragem para
lançar-se novamente à aventura.
O medo ainda a paralisa.
Mas a liberdade de pensamento, ah, essa é
inviolável.
Recolhida consigo mesma, pensamentos vão,
pensamentos vem.
Angústias, ansiedades, desejos presos no íntimo
querem lhe sufocar.
Escrever é um desabafo.
É a hora em que se sente mais livre.
Liberdade é condição inerente ao ser humano.
Mas precisa ser conquistada.
Aos fracos e submissos é sempre roubada.
E assim a vida segue seu curso.
E ela caminhando sempre...
Livre...mas, prisioneira.